Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Melhor Política

Melhor Política

O natal: a verdadeira época da hipocrisia humana

Dezembro 21, 2022

Sérgio Guerreiro

BCA8DE96-B088-453C-99E7-66709B49CC5B.jpeg

Se há uma época do ano em que se mostra o verdadeiro significado de hipocrisia, a que está a chegar é sem sobra de dúvidas uma delas.

O Natal, que ao longo dos tempos tornou-se uma época totalmente mercantilizada a sua tónica passou a ser o consumismo desenfreado.

 

Esta época, nada mais é que uma mera organização e planeamento de uma festa com o pretexto de reunir a família como se fosse necessário a existência de um calendário de parede, ou mesmo de um lembrete no telefone, para que sejamos recordados da data para o efeito, fazendo parecer que para tudo isto há um prazo.

 

Talvez dizer-se que não se gosta do Natal, possa ser sinal de que não se está bem ou que a família é um elo secundário na vida de quem não gosta desta época.

No entanto, e como acontece na maioria das épocas que são assinaladas pela sociedade em que o marketing diz de imediato presente, o natal é nada mais nada menos que uma simples data inventada pelo mundo católico que nos quer fazer acreditar que no dia 25 de dezembro nasceu um menino de nome Jesus que é o salvador do mundo, da mesma forma que inventou que a sua mãe , uma tal de nossa senhora qualquer, parece ter concebido sem “ pecado”.

Ou seja, a tal senhora que pariu o seu filho, o tal Jesus, parece que não teve qualquer contacto sexual com o seu cônjuge / companheiro da altura, nem com qualquer outro homem. Segundo reza a “ lenda”, a senhora engravidou sim mas permaneceu sempre virgem e foi o anjo Gabriel que lhe veio anunciar a boa nova.

Teria sido um tal de “ Espírito Santo” o culpado por ter engravidado a senhora sem sequer lhe tocar com um dedo que fosse segundo as suas alegações. Já naquela época a  família “ Espírito Santo” teria má fama, que com o passar dos séculos se foi provando. Não só a fama mas também o proveito. Portanto, parece ser claro que Maria, a tal mãe de Jesus, traiu José, o companheiro da época. A coisa ter-se-ia complicado quando ele descobriu a “ traição”, mas o “ Espírito Santo” veio e explicou tudo numa espécie de comissão de inquérito que se fazia na altura para casos assim como este. José acreditou no “ milagre” e a opinião pública da altura também, até aos dias de hoje.

 

Há conta de tudo isto e em nome da fé, lá vai caindo chorudas quantias de dinheiro nas contas bancárias de alguém.

 

Com o devido respeito por quem acredita  no simbolismo religioso da data, o que devemos essencialmente de gostar e de desejar é a não existência de pretexto algum para ligar a alguém ou reunir ais amigos e a família à volta de bom arroz de polvo.

Este natal, a forma como a data está convencionada nossa da sociedade, não nos devia servir para nada nem para reflexão nenhuma enquanto seres dotados de humanidade, porque nenhum de nós deveria precisar verdadeiramente do natal para nada.

A questão de fundo é então perceber porque razão alguém ainda precisa do natal para se humanizar, para ser solidário ou mesmo para sentir compaixão pelo outro. É aqui que tudo está mal.

 

O natal tornou-se um vício anual onde a solidariedade parece ser uma obrigação moral. As palavras de conforto aos outros vão passando de dezembro em dezembro onde por vezes o que sentimos e o que vimos, não é o amor nem celebração alguma. No fim de contas, quem está sentado ao nosso lado é somente o cinismo porque no natal tem que ser assim.

É talvez a época do ano em que tudo é excessivo. A comida, as pessoas a correr pelos corredores dos centros comerciais, o excesso de trânsito e de greves e por aí adiante.

Aceito que tudo aquilo que digo e penso sobre esta tão farsante data possa ferir aqueles que fazem do natal uma grande festa da família, e dizer que não gosto mesmo nada do natal possa ser visto como um grande pecado, mas o que na verdade me importa é gostar de pessoas todos os dias e de estar com elas sem calendários e sem lembretes.

 

Desculpem-me a franqueza, mas isto faz-me lembrar um pouco o dia dos namorados, em que para muitos e muitas; o almoço é com a/o amante e o jantar é com a/o legítimo/a. Em suma: isto é tudo uma farsa sem jeito nenhum.

No dia 26 de dezembro tudo continua igual e nada mudou, quando na verdade o que é necessário é mesmo fazer com que tudo mude. Que se acabe com este Natal.

 

33 comentários

Comentar post

Pág. 1/2

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub