O Homem que não chegou ao Porto.
Dezembro 04, 2020
Sérgio Guerreiro
O que Portugal seria hoje com a continuidade na vida política de Francisco Sá Carneiro, ninguém sabe.
Não tecendo considerandos sobre o que seria, simplesmente, é o bastante para se concluir, que na sua época Sá Carneiro, sabia e tinha definido um caminho claro para a nação. Esse caminho, foi propositadamente, interrompido.
Em março de 1977 já diria em pleno debate parlamentar sobre as medidas do Partido Socialista : “ A alternativa que os Portugueses enfrentam não é entre o socialismo e a ditadura, mas sim a do descalabro económico, do colapso, ou a do desenvolvimento progressivo, equilibrado e racional. Esta é a verdadeira alternativa”
A visão de Sá Carneiro nos finais dos anos 70.s princípio dos anos 80,s passados 40 anos ainda é a uma questão por se resolver que nos dias de hoje é debatida até à exaustão sem se chegar a conclusão alguma.
Era essencial para Sá Carneiro, criar condições para o crescimento económico dando às empresas, criadoras de riqueza, o impulso tão necessário à nossa frágil economia. Haveria a necessidade de mostrar aos investidores que, em Portugal a propriedade privada era respeitada.
Já em 1980 na qualidade de Primeiro-Ministro a 11 de Janeiro, na apresentação do seu programa do VI Governo Constitucional, afirmou : “ O Governo está interessado num exercício mais amplo das capacidades da iniciativa privada, individual ou de grupo, na convicção de que o progresso material do País tem nela o seu motor principal”.
Toda esta visão, à época pode e deve fazer questionarmos onde estaríamos hoje.
Ninguém sabe.
Um homem que desafiando o seu tempo numa época em que o conceito de família foi abalado porque ter escolhido como sua parceira até aos resto dos seus dias, uma mulher que não era a mãe dos seus filhos.
“ Se a situação ( Snu Abecassis) for considerada incompatível com as minhas funções, escolherei a mulher que amo”.
Todo isto, em que Portugal ainda vivia sobre uma nuvem negra de conceitos pré-estabelecidos,
A irreverência de Francisco Sá Carneiro, criando uma aura renovada de um País escuro era inovadora. Era essa a sede de um Povo que 40 anos depois, ainda ninguém conseguiu matar.
Onde estaríamos hoje se a história fosse outra?