Ana Rita Cavaco; se não quiser ajudar, não atrapalhe.
Janeiro 30, 2021
Sérgio Guerreiro
Se há em toda esta crise pandémica uma classe profissional que todos nós devemos o máximo respeito, por toda a sua inteira disponibilidade, que não tenhamos dúvidas ; os enfermeiros e enfermeiras deste país fazem das “ tripas coração “ e sabe lá Deus como, para conseguirem cumprir com o seu desígnio social.
Atravessamos, sem paralelo na nossa história, a maior das crises sociais e económicas e todos nós somos chamados ao dever de fazer parte da solução, não agravando ainda mais este já triste momento que assola o nosso país com números verdadeiramente assustadores provocados pela terceira vaga da pandemia.
A falta de meios humanos e técnicos é uma realidade a que todos os dias assistimos, e como em outros países da Europa , pedir ajuda para se conseguir minimizar os danos não é um acto de fraqueza, mas sim um acto de coragem e de bom senso.
Toda a ajuda que possa chegar para salvar uma vida que seja, será uma benção dos céus.
Com todo isto não precisamos certamente, nesta fase, de declarações "bombásticas" recentemente produzidas, que a TSF torna público, pela senhora bastonária da Ordem dos Enfermeiros.
Mas vamos por partes ;
A 21 de Janeiro de 2021 ao jornal público, Ana Rita Cavaco afirma:
“A Ordem dos Enfermeiros tem estado sempre a fazer o levantamento dos enfermeiros disponíveis no mercado, a pedido do Governo, e desde há 15 dias detectou e informou ao Ministério da Saúde que não existem enfermeiros disponíveis no mercado para contratar. Existem os que estão emigrados”
Agora ( a 29 de Janeiro em declarações à TSF), para espanto de todos, e certamente até dos próprios enfermeiros e enfermeiras que representa, vem a senhora bastonária sem qualquer pudor e vergonha afirmar que , a “Ordem admite ir para tribunal contra decreto que permite contratar enfermeiros estrangeiros”
Desconheço se os enfermeiros e as enfermeiras deste País precisam de uma bastonária “ incendiária" com tamanha sede de protagonismo, talvez para subir a um outro patamar social.
O que sei , é que neste momento é dispensável este tipo de discurso totalmente irracional que nada acrescenta para a resolução da questão.
A gravidade destas declarações é de tal ordem, que só nos demostra, que não podemos confiar nesta bastonária que agora estará mais interessada em fazer política , criando por aí um ambiente de medo e de pavor na sociedade civil, com ameaças sem nexo com total desrespeito pela grave situação que se atravessa.
Estas declarações só podem ter uma interpretação. Se, se concretizar a contratação de enfermeiros estrangeiros para ajudar a salvar vidas, a senhora bastonária da Ordem dos Enfermeiros pondera atrasar o processo socorrendo-se da via judicial.
É isto que está em jogo.
A todos os enfermeiros e enfermeiras desde País, só poderei pedir desculpa, na qualidade de cidadão, pela bastonária que vos representa. Lamento.